Por Otávio Botti
"A África do Sul é logo ali" dizia o jornalista Fernando Vanucci em seu programa na REDETV! em 2006, logo após a eliminação do Brasil na Copa da Alemanha. Velha mania brasileira de se consolar da forma mais fácil possível:" Pra que chorar? Vamos ter outra chance". Tivemos mais duas oportunidades de nos redimir desde 2006 e fracassamos nas duas. E assim vamos levando o nosso futebol desde o ínicio. Aqui em nossa pátria nunca vimos uma reformulação completa do futebol, será que agora veremos o ínicio dessa reformulação sonhada?
Após a goleada sofrida pela Alemanha, fomos inundados com as lágrimas de nossos jogadores e extasiados com a revolta do povo com a seleção. Na TV, vimos promessas vazias de reformulação e ela veio personificada em um nome: Dunga. Para uns, Dunga foi visto como figurinha repetida. Para outros, Dunga foi visto com bons olhos, pois tem o pulso firme com os jogadores, torcida e imprensa. A verdade toda é que, no fundo, a CBF decepcionou mais uma vez a todos. Esperávamos nomes "novos" como Marcelo Oliveira, Muricy Ramalho ou para os mais sonhadores, Guardiola e outros técnicos estrangeiros. Podem acreditar que o nosso principal problema não está na comissão técnica ou nos jogadores, e sim em quem gere tudo isso.
A CBF é uma das instituições que mais lucra no mundo e tem um dos campeonatos com menor média de público entre as grandes ligas. Impossível não termos a capacidade de descobrir talentos. A fórmula de formar jogadores de "qualquer jeito" está cada vez mais ultrapassada e o famoso, e antigo, jeitinho brasileiro já caiu em desuso. Os europeus aprenderam a jogar bola e, hoje, jogam mais do que a gente. Os saudosistas dizem que ninguém supera a "ginga" brasileira, mas é só olhar os últimos resultados para vermos o que está acontecendo com o nosso futebol.
A seca de craques está cada vez maior e somos obrigados a ver um campeonato sem atrativos e cada vez menos sem ídolos. A CBF insiste em um calendário arcaico, diferente de todo o mundo. Por que nos achamos melhores que todos? Não temos motivo e nem justificativas para isso. Se não mandarmos embora os Marins e Teixeiras da direção de nosso futebol, seremos motivos de piada novamente em 2018. Parafraseando Vanucci, novamente, eu digo: " A Rússia é logo ali" e o fundo do poço também.
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