Por Tarcísio Henrique Altomare
O
Flamengo começou mal o jogo diante do Atlético-MG, no Maracanã, na última
quarta-feira (20 de agosto). O time, que vem demonstrando mais segurança e
organização desde a chegada de Vanderlei Luxemburgo, não entrou ligado no jogo
e errava muitos passes no campo defensivo, permitindo ao clube mineiro
recuperar a bola na frente e criar chances de gol logo no início.
Com
os rubro-negros perdidos nos primeiros minutos, o Galo não demorou a abrir o
placar. Aos 9 minutos Maicosuel arrancou pela ponta direita após cobrança de
lateral, passou por Wallace e Cáceres e só parou quando a bola afundou as redes
do gol de Paulo Victor.
Ao
perceber que a escalação inicial cautelosa, com quatro volantes formando o meio
de campo (Cáceres, Canteros, Luiz Antônio e Márcio Araújo), não daria certo,
Luxemburgo tirou Luiz Antônio ainda aos 25 minutos para colocar Nixon. Aos
poucos o Flamengo melhorou no jogo e, se no início Maicosuel e Alex Silva
aproveitavam os espaços deixados por João Paulo, agora tinham que se preocupar
também com Everton. O meia foi deslocado para ajudar na marcação pelo lado
esquerdo e também sair em velocidade, medida que acabou segurando o ímpeto
atleticano por aquele setor.
Apesar
da melhora no fim do primeiro tempo, o time da casa saiu para o intervalo sendo
derrotado por 1 a 0. Já no início da segunda etapa, o Flamengo entrou bem mais
concentrado e ciente da missão complicada que tinha pela frente. Mesmo com uma
pequena melhora, os primeiros 15 minutos após o intervalo não renderam chances
claras de gol para a equipe da Gávea, mas Luxemburgo percebeu o recuo do
Atlético e aproveitou para tirar Márcio Araújo e Arthur e colocar Eduardo da
Silva e Lucas Mugni em campo.
As
substituições se mostraram acertadas e Eduardo da Silva sofreu pênalti infantil
de Pedro Botelho, que Léo Moura cobrou e converteu. Impulsionado pela torcida e
revigorado após as alterações, o time rubro-negro permaneceu pressionando em
busca da vitória. De tanto insistir, o segundo gol não demorou a sair. Aos 25
minutos João Paulo cruzou e Eduardo Silva cabeceou para marcar.
No
restante do jogo o Flamengo soube manter a calma, segurar o jogo e se defender.
Ainda assim, Paulo Victor foi obrigado a fazer boa defesa em um desvio de
cabeça de André, que mandou a bola no ângulo. Esse foi o maior susto que os (aproximadamente)
40 mil rubro-negros tiveram depois da virada e o apito final foi muito
festejado no Maracanã.
Na entrevista coletiva após
o jogo, Luxemburgo manteve o discurso “pés no chão” e ressaltou
que o time deve ser “carregador de cimento”, querendo dizer que a falta de
técnica deve ser compensada com a manutenção do trabalho duro demonstrado nas
últimas partidas.
É
inegável a melhora do time do Flamengo após a chegada do técnico veterano. Em
pouco tempo já vieram bons resultados que deram um alívio para a situação em
que o clube se encontrava quando Ney Franco saiu. Mais que os resultados,
porém, deve-se notar a melhora na organização do time e o novo empenho
demonstrado pelos jogadores (esse segundo já comentado por aqui no texto do Bruno Fonseca).
Luxemburgo
parece estar dando uma atenção especial ao lado motivacional, ao mesmo tempo em
que se atenta para impedir a dispersão do foco e o surgimento do clima de “oba-oba”
que frequentemente assola a Gávea. Taticamente é clara a intenção de implantar
mais noção de organização e compactação dentro de campo, tanto que neste jogo
foram muitas as situações em que os dois zagueiros estavam mais próximos dos
atacantes do que do Paulo Victor enquanto a bola girava.
Ainda
existem muitos pontos a serem aperfeiçoados e acertados neste time, como a
melhora na transição e no “último passe”, que não podem ser esquecidos com a
ascensão na tabela. Mas até aqui o saldo do novo “pojeto” do professor
Luxemburgo é positivo, manter essa linha de trabalho sem se perder no otimismo
e se deixar cegar pelo bom início, pode levar o time a sonhar mais alto.
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