O que não tem remédio...

Por Guilherme Fernandes Leite



Luis Felipe Scolari é um dos treinadores brasileiros mais vitoriosos da história, currículo invejável e muita experiência. Mesmo assim, seus últimos trabalhos foram baseados em altos e baixos. Com o Palmeiras foi campeão da Copa do Brasil, se demitiu e deixou o time na beira da Série B onde inevitavelmente o Verdão acabou. Depois, de brinde por essa verdadeira tragédia, ganhou o comando da Seleção Brasileira para ser o treinador da Copa do Mundo e levar a Seleção ao Hexa em casa. Venceu a Copa das Confederações dando um chocolate na Espanha na decisão, mas na Copa do Mundo, caiu de forma vexatória nas semifinais para a Alemanha pelo incrível (ou segundo o próprio Felipão, acidental) placar de 7x1, e perder a disputa de 3º lugar para a Holanda, o treinador foi demitido da Seleção.

O Grêmio nesse ano resolveu apostar em um jovem treinador que despontou no campeonato brasileiro passado, Enderson Moreira conduziu o Goiás de forma espetacular na principal competição nacional, além de levar o Esmeraldino até a semifinal da Copa do Brasil. Com méritos chegou para encarar o grande desafio de sua carreira. Comandar o time gaúcho em busca de um título de expressão, que não vem desde 2001 (venceu a Série B em 2005 e Campeonato Gaúcho em 2010). Ingressou na principal competição de clubes da América do Sul e caiu na fase Oitavas de Final com apenas 1 derrota, sendo que a sua eliminação foi decidida nas grandes penalidades. Enderson perdeu a final do Estadual frente ao maior rival do Imortal antes disso. Um projeto que vinha sendo bem trabalhado, mas que pela necessidade imediatista de resultados, a sequência de insucessos e a sombra enorme de um treinador com identificação com o clube no mercado, não resistiu e fez com que a passagem de Enderson pelo tricolor gaúcho terminasse.

Dado o histórico, vamos ao que interessa: acertou o Grêmio ao contratar Felipão? Na minha opinião, não. Por todos os motivos já levantados por toda imprensa e pela sequência de trabalhos mal sucedidos do treinador pentacampeão mundial, fazendo com que ele não seja credenciado nesse momento para ser treinador do Grêmio.  Entendo a postura da diretoria ao trazer e confiar no treinador?  Sim, tem uma identificação enorme com o clube, foi o treinador das últimas maiores conquistas, tem experiência e sabe lidar com a pressão enorme de precisar de um título de expressão logo.

Se essa opção será a solução, só o tempo dirá. Certo é que a diretoria tricolor sabe que o que não tem remédio, remediado está. Se for para não vencer, que seja com um treinador tarimbado, que chame a responsabilidade na hora da derrota (assim como a CBF ao escolhê-lo como treinador da Seleção). Se vencer, além do tão importante título, será lembrada como a diretoria que deu a oportunidade do treinador se reerguer, que ele foi feito para o Grêmio e o Grêmio para ele. Cabe ao Felipão, o maior beneficiado dessa história, fazer seu trabalho da melhor forma possível e realmente conseguir dar a volta por cima. Ao Grêmio, torcer para que isso dê certo, para depois que isso passar, voltar a apostar em novos nomes talentosos para comandar o esquadrão azul em campo, renovando e criando novos ídolos para uma torcida tão intensa e ligada ao time que recebeu o treinador de braços abertos.



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