Existe esperança em meio ao caos

Por Tarcísio Henrique Altomare

Após o trágico 7 a 1 que a Seleção Brasileira sofreu diante da Alemanha na Copa do Mundo, uma enxurrada de críticas e uma onda de pessimismo tomaram conta do Brasil no quesito futebol. O resultado foi o maior vexame da história do esporte bretão, a maioria das críticas tem fundamento e o pessimismo é justificado pelo tecnicamente fraco Campeonato Brasileiro.

Mas então acabou-se a Copa, foram embora as estrelas internacionais, os craques brasileiros que não têm mercado por aqui e toda aquela festa da qual sentiremos saudades eternas. Nos restou apenas o velho e já nem tão bom Brasileirão, e com ele a ameaça do rebaixamento, os jogos truncados, a correria, a desorganização, as faltas em excesso, os árbitros confusos, as brigas de torcida e os campos mal cuidados. A Copa levou Götze e o Brasileirão nos jogou Negueba bem na cara.

Acalmem-se, pois a esperança anunciada no título existe, apesar dos pesares. Em meio às nuvens negras, eis que aparece um pedacinho de céu azul, eis que aparece o Cruzeiro. Desde o ano passado já era o melhor time do país, conquistou o caneco nacional com uma mão nas costas e esqueceu que precisava entrar em campo para fazer o mesmo nesta estranha Libertadores 2014. Mas agora eles voltaram com tudo, voltaram jogando para frente, como se espera do melhor time desse país, voltaram tocando bola como nós ensinamos os europeus a fazer. Voltaram brincando de dois toques em meio ao mar de incompetência dos adversários.



Com todo o respeito ao Botafogo, mas o empate do último sábado foi mero acidente de percurso, tendo a Raposa dominado amplamente o jogo e trocado 558 passes, com 92% de acerto. Índice altíssimo, comparável aos times do badalado Guardiola, que tem peças consideradas infinitamente superiores (e vencimentos também) às que tem Marcelo Oliveira. E não me venham dizer que o Botafogo é café com leite!

Além do Cruzeiro, temos também o excelente Fluminense de Cristóvão Borges, flores raras no deserto carioca. Enquanto o Fla pena na lanterna com um futebol de dar medo, o Flu se aproxima do líder com aplicação tática, conceitos novos para os técnicos medalhões e, assim como o time mineiro, com bom toque de bola. O time das Laranjeiras tem uma média de 91,7% de passes bem sucedidos neste Brasileirão. Resta saber se o Cristóvão vai ter o pulso necessário para deixar o ídolo Fred na reserva e assim manter a movimentação que aproxima as linhas e torna o passe mais fácil e a marcação mais difícil para o oponente.


Cruzeiro e Fluminense, infelizmente, são exceções no Brasil e não sabemos até quando jogarão esse bom futebol, espero que pelo menos dure até o encontro dos dois, no dia 7 de Setembro, no Maracanã. Mas bom mesmo seria ver essa exceção tornar regra e nos deixar com menos saudade da Copa e dos Brasileirões de outros tempos, quando a bola foi muito melhor tratada por aqui.



*Dados retirados de footstats.net

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