Por Tarcísio Henrique Altomare
O
Liverpool fez sua estreia na Premier League 2014/2015 diante do Southampton, em
Anfield Road, mas quase decepcionou sua torcida. Apesar de terem saído na
frente do placar, os Reds não tiveram vida fácil no seu primeiro jogo e
poderiam ter saído de campo com um empate decepcionante, ou até mesmo uma
derrota.
Na
primeira metade do primeiro tempo, o vice-campeão da última temporada tentou se
impor e aproveitar o excelente ambiente proporcionado pela torcida nesse início
de jornada na liga. É inegável, porém, a falta que Luis Suárez vai fazer nessa
temporada. O uruguaio não só foi decisivo com a bola nos pés, como era
importantíssimo para criar espaços nas zagas adversárias, puxando a marcação e
dando liberdade para Sturridge e Sterling marcarem seus gols.
Sem
a presença do polêmico atacante, que foi vendido ao Barcelona, o setor ofensivo
do Liverpool não funcionou nessa primeira partida e o primeiro gol só saiu após
um lançamento espetacular de Henderson, que deixou Sterling com a faca e o
queijo na mão, o jovem de 19 anos não desperdiçou e guardou a bola no fundo das
redes, aos 23 minutos.
Depois
do tento inaugural, o time liderado por Steven Gerrard não conseguiu manter o
controle das ações dentro das quatro linhas. O Southampton, com vários novos
nomes no elenco, partiu para cima abusando do toque de bola e sufocando os
donos da casa no seu campo de defesa. No final da primeira etapa, o goleiro
Mignolet ainda fez duas boas defesas que permitiram ao Liverpool sair para o
intervalo com a vantagem.
Brendan
Rodgers teria que corrigir os problemas no intervalo para não perder pontos em
casa, mas ao invés de se acertar, o time de Liverpool voltou consideravelmente
pior do que havia terminado a primeira etapa. Após 11 minutos de pressão do
time do sul da Inglaterra, o recém contratado Tadic deu lindo passe de letra
para Clyne empatar em belo chute no alto, sem chances para Mignolet.
O
cenário do jogo mudou novamente e Brendan Rodgers percebeu que teria que mexer
na equipe. Tirou Lucas Leiva, que estava muito mal no segundo tempo e
prejudicava a saída de bola do time, para colocar Allen. O efeito foi positivo
e imediato, tirando o Liverpool do sufoco, apesar de persistirem os problemas
na criação, em partida apagada de Philippe Coutinho, que também foi sacado para
dar lugar a Rickie Lambert mais tarde.
Enquanto
a entrada de Allen melhorou a saída de bola do time, a segunda substituição,
tirando um meia para colocar um homem de área, mostrava claramente que a
intenção de Rogers nos 15 minutos finais seria partir para o “abafa” para
tentar a vitória. A estratégia funcionou. Três minutos após a substituição,
Sterling desviou de cabeça uma bola cruzada na área e Sturridge completou para
o gol. Liverpool 2 a 1.
O
Southampton não merecia a derrota pelo bom futebol mostrado, e não a aceitou. O
time treinado por Ronald Koeman fez a torcida do Liverpool sofrer em Anfield
nos minutos finais. Mas os Reds contaram com dois fatores decisivos para assegurar
os três pontos: a sorte e, mais uma vez, Simon Mignolet. O goleiro belga operou
um verdadeiro milagre ao defender uma bomba a queima roupa de Schneiderlin a 3
minutos do fim e no rebote, Shane Long cabeceou para fora com o gol livre à sua
frente.
No
final, o 2 a 1 se manteve no placar e o Liverpool conquistou seus primeiros 3
pontos na briga pelo título da Premier League 2014/2015. O resultado deve ser
comemorado pelas circunstâncias da partida e pelo excelente jogo do
Southampton, que não se acovardou fora de casa. Mas é preciso muito trabalho
(como diz Muricy) para tornar esse time um candidato sério à conquista do
título que não vem desde 1990. Os rivais na briga pelas primeiras posições são
fortes e o equilíbrio na rodada de abertura mostra que os times de menor
expressão também não darão vida fácil aos grandes. Esse pode ser o ano do
Liverpool, mas na temporada passada as chances eram maiores e o tão sonhado fim
do jejum escorregou para longe. Resta saber quão longe.
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