Os podres da CBF, acredito
eu, não são novidade para ninguém. E a nova (velha) comissão técnica é mais uma
prova disso: coordenador técnico, treinador e “assistente pontual” já estiveram
envolvidos em agenciamento de jogadores, o que caracteriza, no mínimo, conflito
de interesses.
Que Gilmar Rinaldi era, até
horas antes de sua apresentação na seleção brasileira, empresário de jogadores
de futebol, todos sabem. Ser cliente mais famoso foi Adriano Imperador.
O que não era sabido por muitos,
porém, diz respeito ao envolvimento de Dunga e Mauro Silva na intermediação em
negociações de jogadores. Clicando aqui e aqui, veja o “Dossiê Dunga”, trabalho
de Lúcio de Castro, da ESPN, mostrando o envolvimento do treinador da seleção
brasileira na negociação de Ederson, quando de sua saída do RS Futebol Clube. O
mais grave é que Dunga nega a participação no caso e não prova que recebeu o
pagamento de um empréstimo que fez.
Clique aqui e veja a
reportagem do R7.com.br sobre a participação de Mauro Silva, o “assistente
pontual” (?), na negociação de atletas. O ex-jogador (que já criticou duramente
a CBF, veja aqui) é dono da empresa “Mauro Silva Sports & Business Plan”.
No site da empresa (http://www.maurosilva.com/sports.swf), encontram-se os
serviços prestados por ela. Dentre eles encontram-se “Intermediação de direitos
federativos” e “Consultoria e operação de direitos publicitários”.
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Serviços prestados pela empresa de Mauro Silva |
Tudo isso cria uma situação
delicada e estranha nas convocação cebeefianas. Obviamente, não podemos fazer
acusações sem embasamento ou provas. Mas qualquer jogador convocado que tenha
algum tipo de relação, ainda que indireta, com um dos três, abrirá um espaço
para levantarmos alguma suspeita quanto a conflito de interesse. É, no mínimo,
antiético. Mas esperar algo parecido com ética vindo da CBF é muito otimismo.
Imaginemos, por fim, a
seguinte situação: Dunga faz uma terrível Copa América 2015, e uma ainda pior
em 2016, e acaba demitido do cargo, junto com seus assistentes. Para o lugar
deles seriam contratados Carlos Leite, Eduardo Uram e Wagner Ribeiro, agentes
que deixariam a função pouco antes de assumir o cargo. Qual seria a reação
geral? Acho que muito pior que agora, em relação às notícias citadas acima.
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