Futebol brasileiro em baixa

Por Gustavo Sampaio

A má fase do futebol brasileiro é mais que evidente. Considerando o vexame da seleção brasileira na Copa do Mundo, o nível técnico fraquíssimo dos campeonatos nacionais e estaduais e até a má gestão do futebol pelos nossos cartolas, temos motivos de sobra para sermos pessimistas com relação ao futuro da nação neste esporte que é o mais popular no mundo.

Como se já não bastasse tudo isso, temos que ouvir críticas até de países com pouca tradição no futebol.

Recentemente o atacante Wellington Nem, que transferiu-se do Fluminense para o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, foi alvo de críticas pelo técnico do clube ucraniano Mircea Lucescu. O jogador está insatisfeito com o Shakhtar, onde não vem atuando nas partidas e tenta negociar sua volta para o Fluminense, time no qual foi revelado. Acontece que para conseguir seu objetivo, Nem vem usando de artifícios considerados antiprofissionais pelo seu treinador, como não se apresentar nas datas marcadas e fazer o famoso “corpo mole”.

Wellington Nem com a camisa do Shakhtar

Mas não para por aí. Lucescu não direcionou suas críticas a apenas Nem, que deve ter seu destino definido ainda nesta sexta-feira, ele criticou os jogadores brasileiros de uma forma geral. Além disso, questionou ainda a forma como o Fluminense vem tentando repatriar o jogador e também a baixa qualidade dos agentes dos atletas brasileiros.
Segundo o técnico, talento os jogadores do Brasil têm de sobra, mas com relação ao profissionalismo deixam muito à desejar.

O curioso é que o Shakhtar Donetsk é tradicionalmente um time que contrata muitos brasileiros, tendo atualmente 11 deles em seu elenco. Mesmo assim, Lucescu, que já está no comando do maior time ucraniano há 10 anos, não poupou críticas a Nem, Bernard e outros que já passaram por lá, como o caso do Elano: “Eles não têm, infelizmente, este tipo de educação: cumprir os seus contratos e executar as funções que lhes são designadas.”

Mircea Lucescu, técnico romeno do Shakhtar Donetsk

Por fim, Lucescu deixou claro que não é o único a ter essa posição sobre os jogadores brasileiros, afirmando que eles já tem essa má fama nos outros países também: “Toda a Europa se queixa. Até mesmo o (Daniel) Alves, do Barcelona, disse certa vez que não conseguia fazer como o resto dos brasileiros, sair do clube sempre com algum conflito.

Alguns dos torcedores brasileiros podem ter seu pensamento na linha de: “O que esse cara tá falando? treina um time da Ucrânia e vem falar mal do país pentacampeão mundial...”

Talvez seja por pensamentos como esse que não conseguimos ter a humildade de reconhecer que o nosso futebol está ultrapassado, tanto em campo quanto na gestão dele, e que é necessário uma reformulação para voltarmos a ser, quem sabe, o “país do futebol".

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