EM DIA HISTÓRICO PARA
O FUTSAL, 55 MIL PESSOAS ASSISTEM A VITÓRIA BRASILEIRA NO ESTÁDIO MANÉ GARRINCHA
O dia 7 de Setembro
por si só é uma data importante para o Brasil, mas para o esporte brasileiro,
especialmente em 2014, foi uma data para entrar para a história.
Depois de uma Copa do
Mundo bem sucedida, o país do futebol teve como legado os belíssimos estádios
que foram palco de grandes jogos. O Mané Garrincha em Brasília foi um deles, e entrou
mais uma vez para história do esporte nacional. Desta vez, o grandioso estádio
da capital federal recebeu o clássico de maior rivalidade do continente, Brasil
e Argentina. Até ai, tudo bem. Nada mais natural do que um estádio tão
grandioso receber um grande clássico. Contudo, o espetacular neste clássico
estava no local onde foi disputado. A grama foi sobreposta pelo piso emborrachado
de uma quadra. Nela, as grandes estrelas do futsal brasileiro e o novo
comandante da Seleção estreiaram fazendo história. Pela primeira vez um jogo de
futsal foi realizado em um estádio de futebol e teve um público recorde para a
modalidade.
A ocasião e o evento
já eram atrativos suficientes para chamar a atenção do mundo todo, mas para
completar o espetáculo não poderia faltar a pessoa que é a personificação desse
esporte que já deu sete títulos mundiais para o Brasil. Falcão, o astro maior
do futsal mundial estava de volta a Seleção depois de uma divergência entre ele
e outros atletas campeões mundiais com a até então direção da Confederação
Brasileira de Futsal. A direção mudou, o treinador mudou e sendo assim, Falcão
voltou. Além do lendário camisa 12, o treinador Sérgio Schiochet chamou de volta
o melhor goleiro do mundo eleito pela FIFA em 2013, Tiago, os fixos Ciço e
Rodrigo e o pivô Simi. Todos os convocados atuam no futsal nacional. Veja aqui
a convocação completa:
Fixos: Ciço (Intelli) e Rodrigo (Brasil Krin)
Alas: Felipe (Krona), Daniel (Carlos Barbosa), Fellipe Mello
(Brasil Kirin), Falcão (Brasil Kirin), Gadeia (Intelli), Cabreúva (Intelli) e
Thiaguinho (Assoeva)
Pivôs: Simi (Corinthians), Valdin (Krona) e Sinoê (Carlos
Barbosa)
A falta mais sentida foi
do melhor jogador do mundo eleito pela FIFA na temporada passada. O fixo Neto, jogador
do Corinthians, está cumprindo uma suspensão recebida no campeonato russo e não
poderá atuar em nenhum jogo oficial até o dia 11 de outubro. Para seu lugar o
ala Cabreúva foi convocado e volta a vestir a camisa amarela da seleção. Ele
não era convocado desde 2012.
Com todos esses ingredientes,
o espetáculo não poderia ser melhor. O jogo foi uma aula de futsal bem jogado.
No último confronto entre as duas seleções, a Argentina levou a melhor na final
da Copa das Nações por 3x2 em Uberlândia.
RIVALIDADE À FLOR DA
PELE EM QUADRA
O Brasil saiu na
frente logo cedo, Simi abriu o placar do Estádio Nacional Mané Garrincha
pegando o rebote de uma falta cobrada por Rodrigo. Depois de um periodo de
posse de bola da Argentina, Sinoê disparou no contra-ataque e com um toque
sutil encobriu o goleiro adversário ampliando para o Brasil, 2x0. O time
brasileiro começou a pressionar a saída de bola argentina, que não encaixava os
contra-ataques. Chegando próximo do fim do primeiro tempo, Daniel fez uma falta
na quadra de defesa e recebeu cartão amarelo. Na cobrança, Gonzalez recebeu o
passe e bateu forte no ângulo esquerdo do goleiro Guitta que nada pôde
fazer. Em resposta imediata ao gol,
Guitta finalizou de longe, o goleiro argentino e companheiro de Guitta no seu
clube defendeu e no rebote Daniel obrigou Sarmiento a fazer outra grande
defesa, terminando a primeira etapa com o placar de 2x1 para o Brasil.
O segundo tempo
começou movimentado. O goleiro Sarmiento lançou Corso nas costas de Gadeia, o
argentino saiu cara a cara com o goleiro Guitta que fez grande defesa. Em
seguida, o Brasil trabalhou a bola e encontrou Falcão livre próximo a área, o
capitão e maior artilheiro da história da seleção, errou por pouco o alvo. A
Argentina veio em busca do empate, depois de grande jogada pela ala direita de
Corso, o pivô Calo recebeu na área e chutou em cima de Daniel que salvou a
pátria brasileira. O Brasil não ficou pra trás, Cabreúva fez grande jogada pela
ala esquerda, tocou entre as pernas de um argentino e só foi parado com a falta
do fixo Darmian, que recebeu cartão amarelo. Na sequência da falta, Daniel
recuperou a bola na ala direita, driblou para o meio e de perna esquerda chutou
forte e rasteiro para fazer o terceiro gol do Brasil.
ARGENTINA PRESSIONA,
MAS NO FIM BRASIL FAZ A FESTA
A Argentina mostrando
que estava viva no jogo, foi pra cima. Em cobrança de escanteio, Mauro Tafarel
recebeu na ala direita e chutou forte cruzado obrigando Guitta a fazer grande
defesa. Na pressão, a Argentina chegou de novo com Tafarel, o ala chutou, Corso
fez o corta-luz na frente do goleiro brasileiro que no reflexo colocou a bola
pra fora. O Brasil tentou uma escapada no contra-ataque com Gadeia. O ala
disparou pela direita e tentou achar Felipe na segunda trave, mas a bola foi
cortada pelo arqueiro argentino. Chegando já no fim do segundo tempo, os
jogadores começaram a sentir o forte calor do Centro-Oeste brasileiro. A
temperatura na quadra estava em torno dos 37°C. Faltando menos de 3 minutos
para o fim, Falcão voltou à quadra e a Argentina colocou o capitão Basile como
goleiro-linha em busca dos gols que precisava. Com isso, o treinador brasileiro
Sérgio Schiochet pediu tempo técnico para arrumar a marcação. As instruções
surtiram efeito e em uma roubada de bola, Valdin chutou de trás do meio da quadra
para o gol vazio fechando a goleada brasileira, 4x1.
Mais importante do que
a vitória, foi o espetáculo e tudo que ele representa. A grandiosidade do
evento, o recorde de público em uma partida de futsal, 55 mil pessoas, a volta
do ídolo maior do esporte a Seleção Brasileira e a prova de que o futsal é um
esporte de alto nível. Um 7 de setembro para entrar na história como mais do
que uma simples data de comemoração da Independência do Brasil para quem sabe,
se tornar a data de proclamação e afirmação do futsal como um esporte mundial.
#FutsalNasOlímpiadas
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